Aumento no comércio virtual reforça estratégias de marketing

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A crescente transformação digital pelas quais empresas brasileiras dos mais variados segmentos e dos mais distintos portes têm passado nos últimos meses acarretou em grandes transformações no mercado e na estrutura empresarial do comércio virtual do país. Tal digitalização pode ser verificada quando analisada a expansão do e-commerce e dos marketplaces, que se mostram cada vez mais estruturados, jogando luz à relevância do investimento no marketing digital por parte destas companhias.

Se esta gradativa digitalização do comércio brasileiro já vinha ocorrendo gradativamente nos últimos anos, a chegada da pandemia de Covid-19 acabou acelerando o processo, posto que o isolamento social foi a principal medida de prevenção contra a expansão do coronavírus Sars-Cov-2 em um momento em que ainda não havia vacina contra a doença.

Pesquisas desenvolvidas nos últimos meses ajudam a esmiuçar este cenário, possibilitando a melhor compreensão da força desta transformação digital, bem como da importância da elaboração de estratégias de marketing digital para que o uso destas novas tecnologias possa ser devidamente aproveitadas para o incremento de vendas e a valorização das marcas em questão.

Dados fornecidos pelo “Índice de Transformação Digital da Dell Technologies 2020” (DT Index 2020) indicam que cerca de 87,5% das empresas instaladas no Brasil realizaram alguma iniciativa voltada à transformação digital no ano passado. Este avanço na digitalização das empresas refletiu-se em um grande crescimento do e-commerce: em 2020, segundo o índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital em parceria com a empresa de Inteligência de mercado focada em e-commerce Neotrust, o comércio eletrônico no Brasil cresceu 73,88%.

E, se esta inflexão no mercado, cada vez mais digital, foi a marca do ano de 2020, nesta temporada de 2021 os índices continuam positivos – o acumulado de crescimento, de janeiro a setembro, segundo o mesmo índice MCC-ENET, foi de 10,82%. A tendência, ademais, é de um aumento ainda maior até o final do ano, visto que os meses de novembro e dezembro abrigam dois grandes eventos para o comércio, a Black Friday e o Natal, respectivamente.

Em relação aos marketplaces, espaços on-line de compra e venda de produtos e serviços, um grande crescimento também foi verificado durante a pandemia: se em 2019, estes “shopping centers virtuais” representavam 35% do faturamento do comércio virtual no Brasil, em 2020 o índice subiu para 51%, segundo a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

O marketing digital em um contexto de comércio cada vez mais virtual

O processo de digitalização do comércio não poderia ter sido realizado sem que houvesse, por parte das empresas que o fizeram, um forte investimento em marketing digital. Tal estratégia é igualmente relevante para que estas companhias, agora estabelecidas no meio digital, possam desempenhar em sua plenitude seus negócios.

Para Mateus Toledo, CEO da MT Soluções, hub de soluções para e-commerce, em um momento em que a digitalização das empresas deixa de ser uma tendência e passa a ser uma realidade, as estratégias de marketing deixam de ter o foco nas tradicionais ferramentas off-line para se concentraram, quase que exclusivamente, no meio digital.

Neste sentido, diz o executivo, o desenvolvimento de estratégias que façam a empresa ter visibilidade digital é de fundamental importância para que haja um bom tráfego à loja, com a consequente conversão de vendas. “O marketing digital traz ao on-line humanização e comunicação assertiva ao público em questão”, diz.

Sendo o processo de digitalização das empresas, pois, algo que caminha para a consolidação nos próximos anos dentro do mercado brasileiro, estudos recentes voltados à análise da temática do marketing digital podem apontar lacunas e tendências sobre como o uso de estratégias on-line para as companhias estabelecidas no meio virtual no Brasil.

De acordo com a pesquisa “Maturidade do Marketing Digital e Vendas no Brasil”, realizada em 2019 pelas companhias Resultados Digitais, Mundo do Marketing, Rock Content e Vendas B2B, 94% das empresas investem em ações de comunicação on-line visando ao crescimento no mercado e a valorização da marca.

Das 1.031 empresas entrevistadas, 40,5% relataram a utilização de ferramentas como e-mails de marketing, redes sociais e mídias pagas; 29,4% afirmaram possuir uma estratégia estruturada para ações de Inbound e Automação, bem como um funil de vendas; para outros 24,4%, a demanda digital se resume à produção de conteúdos básicos para redes sociais, sem frequência de postagens, com o foco maior no off-line. Por fim, apenas 5,5% declararam que divulgam suas marcas apenas por meio de ações de publicidade tradicional e eventos, sem que possuam sites ou perfis em redes sociais.

Novos caminhos e tendências para o marketing digital

Apesar da grande diferença de nível de estruturação do Marketing Digital dentre as companhias que fazem uso de tal estratégia, a grande maioria (95%) reconhece que há melhorias a serem feitas em suas estratégias digitais. Desse total, 62% acreditam que suas ações on-line são eficientes, mas precisam ser aprimoradas, ao passo que 32,5% reconhecem que as estratégias utilizadas têm trazido poucos resultados.

“Com a digitalização cada vez mais presente no meio corporativo, a tendência para o futuro é que os processos sejam cada vez mais automatizados. Além disso, creio que haverá, também, uma maior humanização dentro do marketing digital, com a neurociência sendo utilizada de forma a atrair e reter o público”, afirma Toledo.

O empresário finaliza: “Outro ponto importante é que muitas empresas estão deixando de ver o marketing como apenas um setor do seu negócio, trazendo este setor como parte de uma estratégia de gestão, crescimento e sustentação do negócio”.

 

Fonte: Terra

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