Estudo revela que empresas brasileiras ainda estão longe de aproveitar todo o potencial do marketing digital
Um estudo realizado pela The Boston Consulting Group e apoiado pelo Google apontou que mesmo as principais companhias nacionais estão longe de aproveitar o poderio total do marketing digital. Realizada com mais de 60 empresas em dez segmentos diferentes, a pesquisa confirmou que o marketing digital ainda requer um longo caminho no Brasil para ser totalmente eficaz.
A economia do país trouxe muitos desafios para os empresários que buscam mais oportunidades de crescimento para sua empresa, segundo a pesquisa. O marketing digital não é mais opção, e sim o principal canal de investimentos para publicidade, utilizada por empresas de diversos portes e segmentos, devido às suas vantagens e diferenciais.
As empresas não aproveitam totalmente o conceito do marketing digital, pois para sua aplicabilidade, é necessária a realização de um planejamento com os objetivos da empresa e a utilização de boas estratégias para a plena utilização das ferramentas digitais.
Para entender um pouco dessa deficiência, 61% dos participantes são considerados nascentes ou emergentes no universo digital. A maioria (55%) ainda se encontra em estágio emergente, enquanto 37% são apontados como conectados, 6% nascentes e, em pleno aproveitamento somente 2%. “Apenas 23% das empresas integram os dados on e offline. 59% delas sequer possuem integração dos dados online”, afirmou Eduardo Leone, sócio do BCG.
Outra dificuldade identificada envolve a ausência de métodos efetivos para a mensuração dos resultados. Dos participantes, 52% afirmaram utilizar modelos de atribuição, entretanto, apenas 20% utilizam ferramentas sofisticadas capazes de contribuir para uma tomada de decisão baseada em dados confiáveis.
Hoje, os algoritmos trabalham de maneira mais produtiva, com maior escalabidade. Pode-se dizer que eles são os responsáveis por solucionar os grandes problemas do novo consumidor da era da assistência — curiosos, exigentes e impacientes.
“Atualmente, os produtos pesquisados no buscador pelo consumidor digital precedem a palavra ‘melhor’. É um dado novo, assim como os 304% de aumento de busca relacionada a ‘onde comprar’. Quando o cliente chega ao ponto de venda, ele já está decidido sobre o que vai levar. Afinal, sua questão já foi respondida no digital e ele não tem dúvidas sobre o que comprará”, acrescentou Flávia Verginelli, diretora de produtos e inovação do Google Brasil, sobre a importância do entendimento dos dados na estratégia das empresas.
De acordo com o estudo, a jornada do marketing orientado pelos dados requer grandes esforços e segue uma evolução. Também são divididos em quatro principais dimensões:
- Targeting baseado em dados – Impulsionar fontes de dados a fim de gerar insights para captar consumidores;
- Ativação automatizada e personalizada – Agilizar a compra de mídia e entregar mensagens personalizadas em larga escala;
- Mensuração e atribuição – Realizar a medição, atribuição e o gerenciamento dos resultados em todos os pontos de contato, para potencializar o retorno;
- Organização e colaboração – Fazer a integração dos profissionais de forma ágil, por meio de teste e aprendizado.
Os desafios para essa nova era do marketing digital segundo Reicher, vão muito além da tecnologia em si. Barreiras dentro da organização e mudanças impostas com a evolução digital têm a mesma relevância. “73% das empresas sofrem devido à coordenação inadequada de equipes multifuncionais, e 70% deles não têm objetivos alinhados em todos os canais. Sem contar que quase a metade dos pesquisados tem a maior parte do marketing feito por empresas terceirizadas”, pontuou.
Verginelli finaliza referindo-se ao perfil do novo consumidor visto pela gigante buscadora. “Não somos nós [Google] quem respondemos às perguntas do consumidor, como ‘qual o melhor produto’, mas sim as empresas, que anunciam seus produtos e realizam o marketing sobre eles”, orientou. “Se elas não estiverem preparadas para essas respostas, perderão muito de seus investimentos em marketing”, ressaltou, acrescentando que a velocidade de carregamento do site, assim como a experiência de compra, também são enquadrados como fatores-chave dessa otimização.
Fonte: Ecommerce Brasil